Greve contra reforma deixa 100 mil alunos sem aula em Dourados e Capital

15/05/2017 20:36

A greve por tempo indeterminado deixa quase 100 mil estudantes fora das escolas; pelo menos 40 mil em Dourados e outros 55 mil em Campo Grande. A paralisação em massa, em nível nacional, e que também atinge outras categorias, ocorre como forma de pressão contra a as reformas trabalhista e previdenciária, proposta pelo Governo Temer.

De acordo com o Sindicato Municipal dos Trabalhadores da Educação (Simted), a greve geral inclui professores e técnicos, que nos últimos dias vêm se revezando em acampamentos nas frentes das casas e escritórios de políticos da bancada sul-mato-grossense, para cobrar posicionamentos destes representantes no Congresso acerca das reformas que, segundo enfatizam, roubam direitos dos trabalhadores e provocam um desmonte na Previdência Social.

Sindicatos de outras cidades do Estado se uniram aos trabalhadores/as de Dourados e estão participando do acampamento, localizado na Rua Nelson de Araújo, próximo da Rua Cuiabá. Professores e estudantes estão aproveitando o encontro para consultarem acerca de problemas que afligem as comunidades escolares das redes públicas. Conforme o Simted, os jovens também se mostram interessados em compreender os impactos da Reforma da Previdência.

Programação

Na manhã desta sexta-feira (17), os manifestantes estarão concentrados no acampamento e aguardam um posicionamento do representante de Dourados na Câmara Federal, deputado Geraldo Resende, sobre a futura votação da reforma que, praticamente, põe fim ao direito de aposentadoria dos/as trabalhadores/as brasileiros.

Às 14h, uma sessão de cinema e debates serão realizados no acampamento, com filmes e documentários sobre a vida das mulheres.

No final da tarde, um grupo de educadores segue para Ponta Porã, onde participam de uma audiência pública sobre a Reforma da Previdência, com a participação do deputado federal Carlos Marun, presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência (PEC 287/16).

A Verdade sobre a Previdência

O governo federal justifica a mudança dizendo que a Previdência é deficitária e que a reforma seria necessária para equilibrar as contas. Porém, movimentos sociais e sindicatos denunciam que o Governo Federal não leva em conta toda receita arrecadada pela Previdência para fazer o cálculo: Ele contabiliza apenas a contribuição previdenciária, que no ano passado ficou em R$ 352,6 bilhões e os benefícios pagos, que somaram R$ 436 bilhões, apontando para um suposto déficit, segundo dados da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip).

"O trabalhador brasileiro não pode e não deve pagar com a sua vida as mudanças na Previdência Social. Além disso o Governo esconde a verdade do povo, pois os números confirmam que não existe rombo na Previdência", afirma José Lucas da Silva, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).

José Lucas explica que o Governo não divulga o que é feito com o dinheiro arrecadado para Previdência e diz que se fosse usado apenas para os trabalhadores, na forma de pagamento pelas aposentadorias, não faltariam recursos.

Ocorre que o dinheiro é desviado da seguinte forma: com os R$ 683 bilhões arrecadados, o Governo faz o seguinte rateio:

R$ 436,0 bilhões, Benefícios Previdenciários;

R$ 41,8 bilhões ............................ Benefícios Assistenciais;

R$ 26,9 bilhões ............................ Bolsa Família e Outros;

R$ 102,2 bilhões .......................... Saúde;

R$ 48,2 bilhões ............................ Benefícios do FAT

R$ 27,9 bilhões ............................ Outras Despesas

Fonte: https://www.douradosagora.com.br/noticias/capital/greve-contra-reforma-deixa-100-mil-alunos-sem-aula-em-dourados-e-capital